Partindo já de algumas experiências que tenho tido como professora de Português, e percebendo que a Literatura une as almas, escolhi como tema de intervenção, a leitura de um dos clássicos do Modernismo Brasileiro: "Morte e Vida Severina", do mestre João Cabral de Melo Neto.
O livro dispensa apresentações, mas nunca é demais dizer que é uma das maiores (e aqui sou suspeita e passional) senão a maior obra nacional! O artífice da Palavra se consagrou com essa peça em versos! Embora pareça um livro só de "nãos", Morte e Vida Severina termina com a explosão da vida, contrariando todas as adversidades que encontra! É por causa dessa característica encantadora que escolhi tal livro. A readaptação da peça em um tema com deficiência entra no conjunto de critérios para a proposta.
O tema seguirá uma linha pouco ortodoxa, uma vez que colocará em pauta a criança com deficiência.
Quando se lê o texto "Fundamentos históricos e conceituais da Educação Especial e inclusiva:
reflexões para o cotidiano escolar no contexto da diversidade", percebe-se que há, sim, uma história já um tanto vencida no que diz respeito à educação inclusiva. Contudo, é importante ressaltar que, além da segregação, houve, bem antes disso, o extermínio das pessoas com deficiência, e o Cristianismo, ao chegar, conferiu às pessoas a sabedoria de tratar com dignidade os que antes eram tidos como lixo.
Partindo disso, é comum hoje observar leis que permitem que crianças com alguma deficiência previamente detectada sejam abortadas. Isso é inclusão? Só se for inclusão em estatísticas de mortes de não nascidos!
Bem, a linha que a reescrita pretende adotar é que a vida, a "Explosão da Vida, ainda que pequenina" é um direito natural, "é a parte que te cabe neste latifúndio" e precisa ser defendida. Nesse aspecto, pretende abordar os temas da inclusão e da defesa da vida, uma vez que se defendemos sua inserção na escola, é porque acreditamos que eles tenham valor tanto quanto nós!
Logo abaixo seguem alguns links que julguei interessantes, entre eles, o diálogo de "Severino Retirante" e "Seu José Mestre Carpina", considerado por mim, um dos diálogos mais transcendentais que já li e que inspirou o presente projeto.
Diálogo entre Severino Retirante e Seu José Mestre Carpina
Filme Completo Morte e Vida Severina
Animação excelente sobre o filme.
Proposta de Intervenção
1. Morte e Vida Severina: Explosão
da Vida, ainda que pequenina
2.
O objetivo da proposta.
o
Fazer com que os alunos tenham
contato com os clássicos da literatura
o
Sensibilizar os alunos
(solidariedade)
o
Aumentar a interação entre os
alunos
3.
Quem serão os participantes.
ü Unidade Escolar São Paulo da Cruz
ü Alunos do Segundo ano do Ensino Médio.
ü Professora Andréia Medrado
ü Pais dos alunos e a comunidade escolar
4.
O desenvolvimento da atividade.
Detalhe como ela será desenvolvida, o tempo previsto para seu desenvolvimento e
os materiais que serão utilizados.
ü Primeiro: Ler com a turma o livro “Morte e Vida Severina” (Leitura
em Sala de aula).
ü Segundo: Após a leitura, pausada e dramatizada (professora),
discutir com os alunos o tema do livro bem como fazer uma analogia com os dias
atuais.
ü Terceiro: Dentre os alunos, escolher “contadores” da história lida
e solicitar que leiam para os colegas.
ü Quarto: Reescrita da peça adaptada para a realidade da inclusão no
Brasil. Junto com a professora, os alunos reescreverão a peça, adaptando-a para
uma determinada realidade na qual a deficiência é o motivo da queixa de
Severino.
ü Quinto: Apresentação da peça – dramatizada pelos próprios alunos.
ü Materiais necessários:
“Morte e Vida Severina” – 38 exemplares
Papel Cartão / Cores sortidas – 50 unidades
Cartolina Diversas Cores – 30 unidades
Cola quente – 20 unidades
TNT Marrom – 6 metros
TNT Azul Mar – 10 metros
TNT Preto – 10 metros
TNT Branco – 3 metros
ü Duração da atividade: Previsão de 10 aulas.
ü A Avaliação será feita de maneira contínua, levando em
consideração o desempenho dos alunos em cada etapa do projeto.
5.
Quais resultados esperados.
ü Participação dos alunos na realidade: há alunos que têm
deficiência e são tratados como inexistes, tais como o Severino, que, de uma
forma ou de outra, sabia que iria morrer. Exterminar (ou pelo menos tentar) a
visão de que há só um caminho para a inclusão.
ü Aumentar a presença dos pais na Escola a partir da apresentação da
peça.
ü Oferecer esperança aos alunos, que, a exemplo de Seu José, Mestre
Carpina, queiram, a qualquer custo, “a vida de cada dia, cada dia compra-la”.
Pax et bonum
Andréia Medrado
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